E assim nasceu a FCMS…
Ano de 1967, ditadura militar, uma lei é promulgada e determina que este ano em diante, quem atingisse a nota de corte nos exames vestibulares poderia ser matriculado, criava-se a figura do excedente.
Mas onde conseguir uma vaga ?
Apesar da conjuntura vigente, todos aqueles adolescentes se juntaram e montaram um acampamento-vigilia em frente ao palácio do governo do estado de São Paulo, durante 42 dias. Enquanto isso, várias articulações foram feitas e soube-se em Santos havia um movimento liderado pela maçonaria local, capitaneado pelo Dr. Eduardo Dias Coelho, no sentido de se criar uma faculdade de medicina. Tendo com mantedora a Fundação Lusíada. O sonho iniciado a poucos meses já era uma verdadeira obsessão, envolvendo toda a sociedade como uma epidemia, contagiando até mesmo a apresentadora Hebe Camargo e após sua sugestão, ouviu-se da platéia: “PROTESTO”, um grito clamado pelo Dr. Celso Fiszbeyn, que subiu ao palco com seu grupo, manifestando sua indignação, aspirações e desenrolar dos fatos.
Poucos dias depois a TV Tupi gerou seu noticiário diretamente do “acampamento dos excedentes”, como já era por todos consagrados. O vice-governador Sr. Laudo Natel, ciente dos fatos interessou-se vivamente pela causa ( como se até o momento não houvesse notado o acampamento cheio de faixas, bem na frente do palácio do governo).
Enquanto isso fervia na Baixada Santista a campanha de abertura da Faculdade de Medicina; toda a comunidade estava envolvida desde o prefeito Dr. Silvio Fernandes Lopes, publicamente disponibilizando seus esforços. Funcionários e recursos da prefeitura, o presidente da Fundação Lusíada, Dr. Eduardo Dias Coelho, o diretor do Fórum, Dr. Helio Del Porto, a colunista do jornal “A Tribuna”, Sra. Theresa Bueno Wolf, craidora da nota “SANTOS MERECE E TERA A SUAFACULDADE DE MEDCINA” e muitos outros membros da comunidade santista.
A determinação daqueles era tanta que convenceram o vice-governador do Estado. Que tinha medo de avião, a estar presente na reunião de aprovação final da faculdade; sendo literalmente transportado durante toda a noite para o Rio de Janeiro, dormindo no banco de trás do automóvel, dirigindo por seu filho e acompanhado, dos na época excedentes, Prof. Dr. Roberto Focaccia, Prof. Dr. Roberto Marcio da Costa Florim(atual chefe de serviço do Hospital Emílio Ribas), devidamente escoltado pelo hoje Dr. Arom Jacube
Belfer, que levava os doutores Chaie Feldman, Per Hans Monier e Laudo Camargo Neto.
Orgulhosamente somos a única Faculdade de Medicina criada pela fibra e tenacidade de seus alunos em 11 de setembro de 1967; ás 7 horas da manha de uma típica manha santista, iniciavam-se as aulas.
Curso puxado, esportes, noites insones, farras homéricas, rachadas de fim de semana, o Prof. Dr. Silvio Fernandes Lopes cortando a fita de inauguração da republica “império do Guarujá”, campanhas comunitárias; assim os estudantes de medicina foram se firmando no cenário da orla conquistando o respeito, a simpatia e a admiração da cidade
Trecho adaptado do discurso realizado no dia 06 de outubro de 2000 por Cláudio Luiz Maia Petrilli (I Turma da FCMS), em reunião da associação de ex-alunos da FCMS, na Associação Médica de Santos.